quinta-feira, 30 de julho de 2009

Feijoada sem canudo


1° Refeijon, a Feijoada dos Jornalistas de SC, será dia 8 de agosto




Marque na sua agenda: 08 de agosto, sábado, tem encontro dos jornalistas e agregadores, a partir das 12h, com feijoada e samba no pé. Será no restaurante Kanttum, na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, lado continental, em Florianópolis. A sugestão de traje é preto e branco, a organização é do SJSC e jornalistas agregadores e o convite custa R$ 20,00. Informações no Sindicato com Stefanes – (48) 3228-2500.

Voto único


Ministro do STF acredita na volta do diploma de Jornalismo


O ministro Marco Aurélio Mello, único a votar contra o fim da obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão, acredita na volta da exigência de formação superior por meio de ação do Legislativo. Em entrevista ao Observatório da Imprensa, ele afirmou que, pela repercussão da decisão, deputados e senadores deverão encaminhar a questão “de acordo com os anseios da sociedade”.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Só uma coisa a dizer: lamentável!

Fonte: Comunique-se

Movimento que defende fim do diploma cria Associação Brasileira dos Jornalistas


Da Redação

O Movimento em Defesa dos Jornalistas Sem Diploma (MDJSD), criado em 2005, fundou no último domingo (26/07), em Brasília, a Associação Brasileira dos Jornalistas (ABJ), que pretende filiar jornalistas diplomados ou sem formação superior na área. A ABJ é presidida por Antônio Vieira, formado em administração de empresas, com especialização em matemática financeira, mas que trabalha como jornalista há 20 anos.

“Já tínhamos articulações pelo fim do diploma e com a decisão do STF decidimos institucionalizar a criação da ABJ, que será aberta a formados e não formados em jornalismo, porque sempre fomos discriminados pela Fenaj”, explica Vieira.

A associação terá representatividade em todo o território nacional, com 43 membros eleitos na Assembléia do último final de semana, além de Vieira na presidência da entidade.

Treinamento de profissionais de outras áreas
De acordo com o presidente da associação, o objetivo é a liberdade de expressão e a capacitação de profissionais de outras áreas interessados em jornalismo. “Uma das nossas ideias é criar um processo de treinamento e formação para pessoas de outras áreas de formação, com técnicas jornalísticas. A BBC de Londres faz isso, pensamos até em contatá-la para ver se é possível uma cooperação”, afirma.

Alex Bezerra, um dos vice-presidentes eleitos, faz uma forte crítica as faculdades de jornalismo, que na sua opinião limitavam a liberdade de expressão. “Agora os jornalistas terão amplo apoio na luta pela liberdade de imprensa e outros direitos dos quais estavam sendo negados pelo cartel das faculdades de esquina que lutaram com seus lobbys para que o diploma fosse obrigatório”, declara.

Além da formação da presidência da associação, a Assembléia aprovou sócios beneméritos e 300 associados, entre diplomados e não diplomados. Os interessados em informações sobre a nova associação devem enviar um e-mail para abj.net@gmail.com.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Jagunços Jamais!!!

Jornalista, cozinheiro ou jagunço? - eis a questão

* Trajano Jardim

O Supremo Tribunal Federal decidiu, em 17 de junho, que, para o exercício da profissão de jornalista, não é obrigatório o diploma universitário. Com essa resolução, qualquer pessoa poderá exercer o jornalismo, mesmo que tenha apenas curso primário. Pior ainda - as empresas poderão contratar, para cargos como o de repórter ou editor, os seus apadrinhados, compadres, protegidos políticos, independentemente do preparo da pessoa para a responsabilidade dessas funções.

Os votos proferidos pelos iluminados senhores da Suprema Corte são uma demonstração de desconhecimento total acerca da profissão de jornalista e do que seja liberdade de expressão. A liberdade de expressão é exercida pelos detentores do oligopólio da mídia, em todos os seus cruzamentos ilegais. O exercício da profissão de jornalista é um direito inalienável daqueles que têm a formação acadêmica para exercê-la, tal qual o senhor Gilmar Mendes e seus companheiros de magistratura, que só podem exercer a advocacia se tiverem formação específica.

A regulação da profissão, ao contrário do que argumentaram os Excelentíssimos Senhores iluminados ministros da Suprema Corte, nunca foi obstáculo a qualquer pessoa, nem mesmo pseudo-literatos que se arvoram em escritores de coluna de jornal. A prova disso é que 90% do conteúdo jornalístico, nos meios de informação, não são elaborados por profissionais do ramo. O questionamento que se apresenta é sobre os profissionais que produzem a notícia.

O que as entidades discutem e defendem é que, para exercer a profissão de jornalista, o indivíduo tenha formação teórica e prática. Teoria que dê, ao profissional, conhecimentos básicos de filosofia, sociologia e ética, além de uma visão humanista do mundo e do meio em que ele vive; prática das técnicas de redação jornalística, de reportagem e de entrevista; princípios de responsabilidade social, compromisso com a verdade, respeito à fonte, compreensão de cidadania e independência de opinião. Todos esses pressupostos são básicos e o jornalista, da mesma forma que o advogado, o médico e outros profissionais, só os consegue no curso de formação.

A decisão do STF revelou o caráter de classe da Justiça brasileira. Não acreditamos que esses senhores, detentores de diploma, que se auto-intitulam cientistas do Direito, donos da verdade e possuidores do conhecimento iluminado dos deuses do Olimpo, confundam liberdade de expressão com direito do exercício da profissão.

Tem razão o senhor Gilmar, relator do processo, na sua afirmação de que o diploma não evitaria danos a terceiros. Da mesma forma, o diploma não livra a sociedade de advogados e juízes que se vendem ao poder econômico. Mas ele se equivoca ao dizer, no seu inusitado voto, que "as notícias inverídicas são grave desvio da conduta e problemas éticos que não encontram solução na formação em curso superior do profissional". Se assim pensa o magistrado, ele advoga o determinismo na conduta do indivíduo e nega o papel da família e da escola na formação do sujeito.

Mendes lembrou que o Decreto-lei 972/69, que regulamenta a profissão, foi instituído no regime militar e tinha clara finalidade de afastar, do jornalismo, intelectuais contrários ao regime. Isso não passa de um subterfúgio de quem descende de latifundiários e jagunços que, no seu conjunto como classe, formou a argamassa social que legitimou o golpe militar de 1964. A ditadura afastou, perseguiu e assassinou profissionais jornalistas que se colocaram em defesa da democracia e contra o arbítrio, como Herzog, Bomfim e tantos outros.

Sete ministros acompanharam o voto do relator, descambaram para a posição subserviente do presidente do STF aos barões da mídia. O relator Mendes nunca negou sua aversão aos jornalistas e órgãos da imprensa independentes. Estes, que têm desnudado as práticas lesivas, à sociedade, do senhor Mendes e sua família, tanto do ponto de vista jurídico quanto do cidadão Gilmar, nas suas escaladas pelo Mato Grosso. Nesse sentido, o que disse Lalo Leal, em artigo publicado na Carta Maior (9/7), tem fundamento: os nobres julgadores "mostraram em seus votos desconhecer a matéria em julgamento".

Com resquícios de preconceito, Gilmar Mendes diz, em seu voto, que a formação em jornalismo é importante para o preparo técnico dos profissionais e deve continuar, nos moldes de cursos como o de culinária, moda ou costura, nos quais o diploma não é requisito básico para o exercício da profissão.

Mais uma vez, o ministro erra de forma deliberada. A formação de jornalista requer que o aluno passe por cerca de 200 princípios curriculares - filosóficos, sociológicos, éticos, morais, antropológicos e técnicos. Vale perguntar, sem qualquer desmerecimento, se, no curso do senhor Gilmar Mendes, na escola de Direito de sua propriedade, o aluno tem essa gama de estudo.

Nesse festival de hipocrisia a que assistimos por força do diploma e das nossas entidades de classe, pudemos sentir de perto o caráter de classe da Justiça brasileira. Esse caráter de classe está inserido em cada voto dos senhores ministros, haja vista a comparação feita, pelo relator, em relação à profissão de jornalista e a outras, justamente aquelas que agregam, em sua maioria, o estrato da sociedade formado pelas camadas mais populares.

Temos o maior respeito por todas as profissões. Cada uma delas é importante no contexto produtivo e de crescimento do nosso país, quando exercida com ética e respeito pelo outro e suas diversidades. Diferentemente do senhor Gilmar Mendes, que, com as benesses do dinheiro público, pode, até mesmo, levar a esposa para comprar cosméticos numa linda manhã de sol de domingo usando a estrutura do Estado - carro oficial, seguranças e outros quejandos.

Perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra. Sabemos combater o bom combate. Embora a grande mídia só abra espaço para os que são contra a obrigatoriedade do diploma (só o Jânio de Freitas teve espaço), não vamos ensarilhar nossas armas. Apesar de insistirem, as ideias plutocratas irão para o monturo das excrescências da lata do lixo. Seremos sempre jornalistas, cozinheiros, marceneiros, psicólogos, operários, nunca jagunços.

* Jornalista e professor

FONTE: FENAJ


segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mais do mesmo

Não é que a gente queira ficar se repetindo, mas enquanto continuar a zona que GM provocou na categoria, vamos à exaustão para mostrar tudo o que está sendo feito em prol do nosso querido canudo. Aí vai mais do mesmo:

Está em tramitação na Câmara o Projeto de Lei 5592/09, do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que dá nova regulamentação à profissão de jornalista, informa a Agência Câmara. O parlamentar reafirma a exigência do diploma de jornalismo e o registro profissional como requisitos para o exercício da profissão em empresas de comunicação. Também foram protocoladas Propostas de Emenda Constitucional pedindo a volta da exigência do diploma na Câmara e no Senado.
Em 17/6, o Supremo Tribunal Federal considerou que essa exigência, prevista pelo Decreto-Lei 972/69, não se harmonizava com a atual Constituição. A proposta de Miro Teixeira considera atividade jornalística o exercício habitual e remunerado de atividade intelectual ou de informação em meios de comunicação.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mais dúvidas

E continuam as dúvidas sobre o verdadeiro impacto do fim da obrigadoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. O GM - genial magistrado Gilmar Mendes - com certeza não avaliou com a devida importância a profundidade do seu ato, ao tripudiar sobre a categoria profissional. O desleixo coloca em xeque a instituição STF.

Fim do diploma gera dúvidas sobre o direito ao ao sigilo da fonte

Do portal
Comunique-se

Com o fim da Lei de Imprensa, revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 30/04 deste ano, o jornalista continua tendo o sigilo da fonte garantido, mas advogados divergem sobre a insegurança jurídica que o fim da exigência do diploma de jornalismo pode causar.

“Mesmo sem disposição legal, a Constituição garante o sigilo da fonte diante do exercício profissional, pelo artigo 5º, inciso XIV. Há sigilo profissional para psicólogos, médicos e advogados”, explica Antonio Paulo Donadelli, especialista em Direito Constitucional pela Escola Superior de Direito Constitucional – ESDC.

O artigo da Constituição diz: “É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

Quem é jornalista?
A desregulamentação da profissão gerou dúvidas sobre a abrangência do direito de sigilo da fonte. “A questão é que com o fim da exigência do diploma, a desregulamentação da profissão, quem vai dizer o que é exercício profissional? A quem cabe esse sigilo?”, indaga o advogado Felippe Mendonça, mestrando em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da USP, e Membro-Colaborador da Comissão de Defesa da República e da Democracia da Secção São Paulo.

O deputado e advogado Miro Teixeira (PDT–RJ), um dos responsáveis pela ação que pediu a extinção da Lei de Imprensa, discorda que a queda da lei, e da exigência do diploma, tenham causado insegurança jurídica. “Não muda nada, como agora se ampliou muito o direito de sigilo da fonte. Qualquer pessoa que exerça atividade jornalística tem esse direito”, afirma Teixeira, que propôs recentemente um Projeto de Lei pela volta da exigência do diploma de jornalismo.

Trabalho independente
Mendonça explica que existe um vácuo na questão, no caso de jornalistas que escrevem em blogs ou mantêm outro tipo de trabalho independente. “Nesses caso quem pode julgar quem é jornalista ou não? Os juristas irão apelar para o bom senso, mas pelo bom senso se corre muitos riscos”, afirma Mendonça, que leciona com Donadelli o curso A Liberdade de Expressão sem a Lei de Imprensa, pela Escola Superior de Direito Constitucional.

Apesar das discussões, a Lei de Imprensa ainda não é uma resolução no Supremo porque o acórdão, a manifestação de um órgão judicial colegiado, ainda não foi publicado. Diante das dúvidas de profissionais e representantes do setor, o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, e a Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, defendem a auto-regulamentação da mídia.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um belo caldo!

Como bons conzinheiros, nós, jornalistas, temos feito um belo "caldo" da decisão do STF sobre o fim do diploma. Essa veio direito do Comunique-se:

CUT pede a volta da exigência do diploma de Jornalismo

Da Redação

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) aprovou moção de repúdio ao fim da exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. Reunidos no V Encontro Nacional de Comunicação (Enacom) da entidade, lideranças sindicais aprovaram documento que considera a decisão do Supremo Tribunal Federal uma “irregularidade e irresponsabilidade”.

“Não admitimos a troca da Universidade (instituição secular) pelos barões da mídia. Os critérios técnicos e éticos, apreendidos por estudantes de jornalismo e capazes de formar o profissional jornalista, não mais serão levados em consideração para a seleção de quem formulará a informação no Brasil”, diz o documento.

Para a central sindical, o fim da exigência do diploma abre um “perigoso precedente para que outras profissões tenham suas regulamentações questionadas”.

Leia a íntegra da moção:

São Paulo, 17 de julho de 2009

Moção de repúdio ao fim da exigência do diploma para o exercício do jornalismo

No último dia 17 de junho de 2009, o Brasil recebeu um duro golpe: a mais alta corte do País, o Supremo Tribunal Federal (STF), extinguiu a exigência do Diploma para o exercício da profissão de jornalista. Assim, quem decide agora quem será ou não jornalista são os patrões, que detêm o monopólio da comunicação. Agravando ainda mais a redução da influência dos profissionais sobre a linha editorial dos veículos e ameaçando a qualidade da informação que chega ao conjunto da sociedade.

Essa decisão diz respeito a todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores brasileiros, pois se o jornalista hoje perdeu parte de sua regulamentação com a derrubada do inciso que exigia a formação específica (inciso quinto do artigo 4.º do Decreto-Lei 972/69) para o exercício profissional, abre-se um perigoso precedente para que outras profissões tenham suas regulamentações questionadas. O risco está também na possível precarização das relações capital-trabalho.

O cerceamento da liberdade de expressão está caracterizado no próprio voto do ministro Gilmar Mendes. Em seu arrazoado indica que a partir de agora "a autorregulamentação deve ser feita pelas empresas de comunicação". Desse modo, o STF privatiza a liberdade de expressão e de informação no Brasil.

Não podemos aceitar tal irregularidade e irresponsabilidade, uma vez que diuturnamente vemos esses mesmos meios de comunicação produzindo ataques e criminalizando os movimentos sociais e as organizações das trabalhadoras e dos trabalhadores.

Por meio dessa moção, representantes da Central Única dos Trabalhadores, reunidos em São Paulo para a realização do 5.º Encontro Nacional de Comunicação (ENACOM) solidifica a luta por uma liberdade de expressão plena e de alcance de toda a sociedade. Não admitimos a troca da Universidade (instituição secular) pelos barões da mídia. Os critérios técnicos e éticos, apreendidos por estudantes de jornalismo e capazes de formar o profissional jornalista, não mais serão levados em consideração para a seleção de quem formulará a informação no Brasil.

Mas com a decisão do STF, corre-se o risco de tornar a sociedade ainda mais refém dos detentores dos meios de produção da informação. Informação essa que é um direito de todos. O conteúdo, hoje hegemônico, certamente será ainda mais manipulado.

Por isso, os delegados ao 5.º ENACOM, ao defenderem uma mídia democrática e um novo marco regulatório da comunicação, repudiam a decisão do STF e reforçam a luta em defesa do diploma de jornalista para garantir os critérios de responsabilidade social dessa importante profissão, por meio de uma reinserção da formação específica para o exercício do jornalismo.

Dia do Amigo

No dia do amigo, Mestre Cuca deixa de lado o ranço contra o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista - e abafa a vontade de fritar em azeite fervente o "genial magistrado" Gilmar Mendes - para publicar um poema de Vinícius de Moraes, enviado, como não poderia deixar de ser, por uma grande amiga.

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Obrigada Sandra, pela lembrança e pelo lindo poema!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Assassino GM

Já está virando um despropósito. Não satisfeito com a transformação de jornalistas em cozinheiros, no fatídico 17 de junho de 2009, o "GM" - genial magistrado Gilmar Mendes - agora quer assassinar a profissão dos músicos. Conforme deu no UOL:

A procuradora-geral da República interina, Deborah Duprat, propôs uma ação no STF para acabar com a regulamentação da profissão de músico. Duprat, que ocupa o cargo até a posse do novo procurador-geral, Roberto Gurgel, pretende que o Supremo considere incompatível com a Constituição a Lei 3.857/60, que criou a OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) e estabeleceu requisitos para o exercício da atividade.

A argumentação utilizada na ADPF (Arguição de descumprimento de preceito fundamental) 183 é semelhante a que levou ao fim da exigência de diploma para os jornalistas. Depois dessa decisão, o presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, afirmou que outras profissões deveriam ser desregulamentadas.

Possivelmente, se depender do GM, só sobrará a profissão de juiz do STF!!!

Merece ser lido - do Blog de Carlos Gerbase

Sobre jornalismo e culinária

Ao contrário de muitos jornalistas formados, não me julguei ofendido ao ser comparado com um cozinheiro pelo Gilmar Mendes. Recebi meu diploma (de jornalista) no dia 31 de dezembro de 1980, depois de quatro anos de estudos na FAMECOS/PUCRS. Fui repórter durante um ano, na Folha da Tarde, escrevi crítica de cinema para diversos órgãos da imprensa e da internet e agora estou aqui, neste blog, onde continuo exercendo o jornalismo. Não tenho diploma de cozinheiro. Na verdade, meus conhecimentos sobre a arte culinária eram bem precários até uns dez anos atrás. Há uma lenda - maleficamente espalhada pelo Giba - de que eu, durante as filmagens de Inverno (1983), descobri que o leite, ao ferver, aumentava muito de volume e podia derramar. Não confirmo, nem desminto. É uma boa lenda.

De qualquer maneira, hoje sei cozinhar. Faço meus risotos, meus peixes, minhas massas, com razoável sucesso de crítica e público. Ao contrário do jornalismo, que me exigiu quatro anos de faculdade, a culinária me exigiu apenas a leitura atenta de alguns livros e muita pesquisa na internet. Basta meio neurônio e meio quilo de paciência para seguir uma receita, se esta for bem escrita e não exigir ingredientes exóticos demais. Cozinhar é, também, uma excelente terapia, com um prêmio adicional (pelo menos aqui em casa): quem cozinha não precisa lavar a louça. É óbvio que um cozinheiro formado, com diploma universitário e alguns anos de estudo, sabe muito mais do que eu. E, sendo um profissional, está capacitado para fazer coisas que eu nem imagino fazer. Mas eu não fugiria da raia num concurso de risotos vegetarianos. Mesmo amador, talvez eu tenha alguma coisa para ensinar.
É óbvio que um cidadão qualquer, com bom domínio da arte de escrever ou de falar, pode contribuir para um jornal, uma rádio ou um canal de TV. Basta que ele domine um assunto - assim como eu domino um risoto vegetariano - para cumprir esse papel de colaborador. Advogados escrevem sobre legítima defesa da honra; médicos, sobre os males do colesterol; físicos nucleares, sobre a bomba atômica; e assim por diante. Mas isso não os transforma em jornalistas profissionais. E meu risoto não me torna um cozinheiro profissional. É preciso separar ofícios (escrever, cozinhar, chutar uma bola), das profissões de jornalista, cozinheiro e jogador de futebol. É isso que o Gilmar Mendes e a turma do Supremo não entenderam.
A exigência do diploma para exercer o jornalismo não impedia qualquer pessoa de expressar-se livremente num jornal ou qualquer outro veículo. É de uma estupidez atroz invocar a liberdade de expressão contra o diploma. O diploma simplesmente separava os profissionais dos amadores. Os que queriam expressar sua opinião, sem qualquer regra, com absoluta liberdade, dos que são obrigados, antes de dar a sua, a fazer entrevistas, pesquisar, buscar o contraditório, conhecer regras, discutir códigos de ética e passar quatro anos em salas de aula e laboratórios, para errar menos antes de dar opinião. Ao cassar o diploma, o Supremo enfraqueceu não um ofício, ou uma atividade. Enfraqueceu uma categoria profissional.
Gilmar Mendes diz que cozinheiros não precisam de diploma universitário. Podem aprender seu ofício como eu: nos livros, na internet, na prática. Ele está certo. Não tenho dúvida que um jornalista também pode fazer isso. A diferença é que, assim como eu, mesmo sabendo fazer risoto, não posso me comparar a um cozinheiro profissional, um advogado escrevendo sobre direito não pode se comparar a um jornalista profissional. Um bom curso universitário é o melhor lugar para se aprender jornalismo no Brasil. A exigência de diploma forçava as empresas a contratar gente com formação específica, e não amadores supostamente talentosos. Com a falência do diploma, em breve deve perder o sentido o registro profissional. Os sindicatos tendem a ficar mais fracos. Os salários, piores. Os textos, mais fraquinhos. As idéias, mais pobres.
Aqui no blog da Casa de Cinema escrevem três jornalistas profissionais - eu, a Luciana e o Giba - e um amador (apesar de ter feitos algumas disciplinas de Jornalismo na UFRGS) - o Jorge. Isso não faz a menor diferença na qualidade dos textos, nem na responsabilidade ética e estética do que cada um publica. Cabe ao leitor julgar a qualidade. O Jorge, aliás, tem se destacada justamente por fazer a crítica da mídia, e faz muito bem.
Mas, caro leitor, se isso aqui fosse um jornal diário, ou um blog de notícias políticas, ou um site de reportagens, garanto que o Jorge seria um colunista eventual, e não um repórter, ou editor, ou revisor, ou diagramador, ou qualquer função que exigisse rotina profissional diária. Não é a praia do Jorge. Já a Luciana poderia fazer as reportagens (fez isso por muitos anos na TV); o Giba poderia revisar, pesquisar, escrever (idem, no rádio); eu poderia ser pauteiro, editor, crítico (idem, no jornal). Estudamos quatro anos para isso. Tivemos professores. Depois experimentamos os desafios diários do jornalismo profissional. Agora fazemos outras coisas, por opção pessoal, mas continuamos aptos. Temos o diploma, que é o símbolo de uma formação específica e um atestado de paciência: ao contrário do Jorge, agüentamos o curso até o fim, convivemos com outros estudantes da área, fizemos provas e aprendemos duas ou três coisas importantes sobre a nossa profissão.
Fazer um bom risoto e escrever um bom texto é uma coisa. Ser cozinheiro profissional ou jornalista profissional é outra. Espero que os milhares de estudantes que neste momento estão fazendo seus cursos de Comunicação, possam - ao contrário de Gilmar Mendes - ver a diferença e continuar acreditando em sua formação universitária. Estudar é a melhor maneira de evitar declarações infelizes como as proferidas por membros da mais alta corte do nosso País. Se Gilmar Mendes cozinha como argumenta, jamais acertará o ponto de um bom risoto.

Tiro ao alvo


Hoje as notícias são bombásticas. Repórteres são o alvo de artilharia no Recife e no Rio de Janeiro. O Romário esquece da pensão dos dois filhos, é preso e quem paga o pato é o repórter, chamado de babaca pelo craque sovina.
“Como foi voltar à rotina depois do que aconteceu?”, perguntou o repórter. Como resposta, Romário disse: “Põe uma melancia na cabeça, seu babaca. Está querendo aparecer?”.
No Recife, cobrindo o jogo entre Náutico e Vitória, que acabou em empate de 1 a 1, repórter esportivo é atingido por garrafa de vidro, no estádio da Ilha do Retiro, em Recife. Acho que a garrafa tinha outro endereço, mas quem pagou o pato, de novo, foi o repórter.
É, parece que a profissão de Jornalista está mais dura do que se queimar à beira do fogão.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Diabos e palhaços

No Rio de Janeiro, a manifestação no último domingo reuniu centenas de jornalistas travestidos de diabos e palhaços. O objetivo: mostrar para a sociedade que 74,3% das pessoas querem a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. Por isso defendem as Propostas de Emenda Constitucional (PEC) que tramitam no Congresso Nacional.
Durante a caminhada do Leme até o Posto Seis, fantasiados de diabo, com chifres e portando tridentes, em referência aos ministros do STF, os participantes do protesto receberam manifestações de solidariedade.

E você: faz parte dos 25,7% da população que apoiam o "genial magistrado Gilmar Mendes"? Não? Então entre aqui no nosso blog Pra todo Dya e deixe sua opinião.




FORA
GILMAR
MENDES

Fora Gilmar!!!



Jornalistas intensificam manifestações contra decisão do STF

(com informações do site da Fenaj)

Protestos contra a decisão do Supremo Tribunal Federal, que aboliu o diploma de curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão, continuam em todo o país. Manifestações de legislativos estaduais e entidades também prosseguem fortalecendo a luta pelo restabelecimento do diploma. Dirigentes da FENAJ e de Sindicatos de Jornalistas discutem em São Paulo, nesta sexta-feira (17/7), estratégias de ampliação e fortalecimento do movimento.
Jornalistas, estudantes, populares, dirigentes de entidades sindicais, Conselhos Profissionais, parlamentares e autoridades participaram de um ato público realizado no dia 9 de julho, no Centro de João Pessoa (PB), contra a decisão do STF. Sob a palavra de ordem "fora Gilmar", houve enterro simbólico do "genial magistrado" presidente do Supremo.
O Sindicato dos Jornalistas do Paraná realiza uma vigília nesta sexta-feira, a partir das 18h, na escadaria do Prédio Histórico da UFPR em defesa da formação superior específica para o exercício da profissão. A manifestação marca exatos 30 dias da absurda decisão do STF.
A Assembléia Legislativa de Alagoas aprovou uma Moção de Apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que dispõe sobre a exigência do diploma para o exercício da profissão. O Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Associação Brasileira da Propriedade Intelectual do Jornalista (APIJOR) também incentivam seus dirigentes e associados a buscarem contatos com os parlamentares de seus estados para apoiarem a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Jornalismo e as PECs que tramitam no Congresso.


Estratégias de ação
Antecedendo o Seminário Nacional que a FENAJ promove neste final de semana sobre a Conferência Nacional de Comunicação, em São Paulo, dirigentes da Federação e de Sindicatos de Jornalistas discutem, na sexta-feira, novos encaminhamentos na luta em defesa do diploma e da regulamentação profissional dos jornalistas. Estarão em debate as implicações da decisão do STF sobre a regulamentação profissional da categoria e encaminhamentos jurídicos, nova agenda de mobilizações e ações para agilizar a constituição da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Diploma e das propostas de emenda constitucional que tramitam no Congresso Nacional.

A LUTA CONTINUA - FORA GILMAR

terça-feira, 14 de julho de 2009

Segue a movimentação

Apesar do genial magistrado Gilmar Mendes dizer que o STF é o ponto final do diploma dos jornalistas, a movimentação é grande no Congresso para mostrar que a categoria é mais agilizada do que os nossos colegas cozinheiros.
Veja o que diz um dos representantes do Mestre Cuca:
“O ministro Gilmar Mendes tem se exacerbado em suas declarações, mas se a Constituição for alterada encerra-se essa polêmica”, afirmou Sérgio Murillo de Andrade, presidente da entidade. A Fenaj acompanha os dois projetos de Emenda à Constituição (PEC) propostos pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) e pelo Senador Antonio Valadares (PSB-SE), além do Projeto de Lei do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), que pedem a volta da exigência do diploma de jornalismo. A entidade acredita que o Supremo toma a frente das decisões e prejudica a classe. “O Supremo tem que parar de substituir o Congresso. Tem que deixar o Congresso trabalhar para trazer de volta a auto-estima dos jornalistas”, declarou.

Agora confira o que pensa o representante do dono do restaurante:

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) apoia decisão do STF, mas prefere não se manifestar sobre as iniciativas dos congressistas. “Consideramos adequada a decisão do fim da exigência do diploma, mas não opinamos sobre as movimentações no Congresso. Avaliamos que os deputados e senadores têm a liberdade para se manifestarem sobre o assunto”, disse Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ.

De volta às vacas frias


Depois de ver o Ronalducho não fazer nada no Olímpico Monumental, onde os reservas do Grêmio fizeram o que os titulares do Internacional não conseguiram por duas vezes seguidas, o Mestre Cuca retorna revigorado a Santa Catarina. Já recebido por boas notícias, como informa o Portal Comunique-se:

Diploma de jornalismo é tema de segundo pedido de audiência na Câmara

Na avalanche de iniciativas que o Congresso está fazendo para discutir uma possível volta da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, o deputado federal Iran Barbosa (PT-SE) protocolou requerimento solicitando audiência pública na Comissão de Legislação Participativa.

É o segundo requerimento de audiência que a Câmara propõe. O outro pedido na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, já foi aprovado até mesmo agendado, mas o encontro foi adiado.

Além disso, correm uma Proposta de Emenda à Constituição na Câmara e outra no Senado, e um Projeto de Lei. Deputados também estão formando uma Frente Parlamentar e a ideia é organizar, após o recesso, uma comissão parlamentar sobre o tema.

O requerimento de Barbosa será votado na reunião da comissão desta quarta-feira (15/07).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tirando o time

O Mestre Cuca despe-se, temporariamente, das vestes de chef gourmet, rumo às pradarias do Rio Grande do Sul, para um merecido descanso. Espero voltar ainda como Mestre Cuca na próxima terça-feira. Isso se o senhor Gilmar Mendes deixar, claro. Deixo aos auxiliares de cozinha e condimentos a responsabilidade sobre os próximos Pratos dos Dyas. Um abraço

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Luz no fim do túnel

Deputado protocola PEC que restitui exigência do diploma de Jornalismo

Por Ana Luiza Moulatlet e Thiago Rosa/Redação Portal IMPRENSA

Nesta quarta-feira (8), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou a Proposta de Emenda à Constituição 386/2009, que visa restituir a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão no Brasil. No dia 17 de junho, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a exigência do diploma.

A matéria recebeu 191 assinaturas, 20 além do necessário para tramitar na Câmara dos Deputados. O deputado formulou a proposta após reuniões com jornalistas, professores e estudantes da área.

"Eu acredito que a decisão do STF apresenta um equívoco jurídico que pode abrir um processo de fragilidade em outras profissões", disse o deputado. Pimenta citou como exemplo o voto do relator da matéria -ministro Gilmar Mendes -que ao votar pelo fim do diploma, defendeu o livre exercício do Jornalismo e de outros setores de trabalho.

Para Pimenta, o jornalismo "é mais do que a simples prestação de informação ou a emissão de uma opinião pessoal". "Ela [a profissão] influencia na decisão dos receptores da informação, por isso não pode ser exercida por pessoas sem aptidão técnica e ética", afirmou, ressaltando que o fim do diploma pode acarretar em baixas salariais, devido ao aumento de profissionais no mercado.

O petista confirmou ao Portal IMPRENSA que se reuniu junto ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP) para dar seguimento a proposta. Segundo Pimenta, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa (CCJ) deve dar em breve um parecer sobre a constitucionalidade da PEC.

Em outra ocasião, uma PEC sobre o mesmo assunto também foi protocolada no Senado pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). Na ocasião, o parlamentar conseguiu obter 50 assinaturas.

OPA NÃO É QUE EXISTEM PARLAMENTARES COM VISÃO? SERÁ UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL?


quarta-feira, 8 de julho de 2009

De carona na profissão

Literalmente na contramão do jornalismo brasileiro, as profissões de motoboy e mototáxi acabam de ser regulamentadas. Então, acho que preciso de uma carona...de jornalista viajei a cozinheiro, agora estou de volta, na carona de um mototaxista. Onde isso vai parar???

Jornalista ou celebridade?

Nada contra aqueles que por total falta de opção - como a inexistência de faculdades na época em que desejavam pleitear uma vaga no curso de Jornalismo - acabaram por exercer a profissão sem o diploma mesmo. O meu medo é ver a centena de ex-BBB´s e afins confundir jornalista com celebridade. Imaginem só um artigo sobre o Michael Jackson - só do que se fala nos últimos dias - escrito por aquela uma (quem lembrar o nome, agradeço) que cantava "Iarnuô, i ar nestilve"?
Bizarrrrrooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Aberto aos jornalistas

A partir de hoje, o blog Pra todo Dya está aberto aos jornalistas convidados para reflexão, não só sobre o fim da obrigatoriedade do diploma, como sobre qualquer assunto pertinente à profissão, à culinária, receitas de conviver em redações, problemas em pagar as contas com nossos salários, enfim, o dia a dia dos ex-jornalistas diplomados.
Um abraço
Mestre Cuca

segunda-feira, 6 de julho de 2009

À espera de um milagre

Sindicatos de Jornalistas por todo o Brasil fazem manifestações à espera de um milagre. Infelizmente, depois do STF não cabe mais recurso e o fim da obrigatoriedade do diploma é um fato consumado. Sempre há, é claro, a opção de enviar um projeto de lei para a Câmara dos Deputados e esperar que os parlamentares brasileiros o aprovem. Mas isso sim seria um verdadeiro milagre, considerando que, lamentavelmente para a política brasileira, as principais imundícies denunciadas pela imprensa vem exatamente de lá: do Congresso Nacional.
E agora José?

domingo, 5 de julho de 2009

Que medo!

O que revolta a categoria não é, somente, a queda da obrigatoriedade do diploma, para alguns uma conquista, para outros resquícios da ditadura. Mas sim a argumentação do genial magistrado Gilmar Mendes. O Mestre Cuca, particularmente, até acha possível um jornalista ser competente sem ter cursado uma universidade. Mas o que diferencia o profissional diplomado é o conhecimento adquirido na academia e o discernimento crítico, qualidades que assustam o poder.
Cada vez mais o jornalismo se afasta do aprofundamento crítico da realidade para se tornar pílulas de informação nos meios digitais. Sem profissionais diplomados vamos perder o brilhantismo das análises. Isto sim assusta o Mestre Cuca.

sábado, 4 de julho de 2009

Sobremesa

Sabadão, depois do plantão, pense! Vc ainda quer analisar a importância do diploma de jornalista ou prefere avaliar a temperatura da cerveja?
Sobremesa é isso, sublimar o âmago da refeição para permitir o prazer total do finaaaaaaaaaaaal

Indigesto

Os jornalistas da Gazeta Mercantil terminaram de cumprir o período de férias coletivas imposto pela Editora JB e receberam aviso prévio. No início de agosto os mais de 60 profissionais que trabalhavam na empresa de Nelson Tanure serão demitidos. Permanecem no grande espaço do prédio da Vila Olímpia apenas os jornalistas da Editora Peixes, que estão indo ao trabalho bastante apreensivos, sem saber se a empresa terá continuidade.

Sempre lembrando que as férias coletivas impostas aos jornalistas da Gazeta Mercantil não tinham amparo legal. O Ministério do Trabalho teria de ser avisado com um mínimo de 15 dias de antecedência, com cópia para o Sindicato, o que não ocorreu, dentre outras tantas irregularidades cometidas pelos gestores do jornal.

Mas que amparo legal, se a profissão nem regulamentada mais é???

Entrada

Como uma saladinha virtual, que tal analisar a argumentação do STF sobre a profissão do jornalista? Embasados na Constituição Federal, que garante a todos o direito à liberdade de expressão, os magistrados brasileiros derrubaram a obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo.
Muito bem, mas enquanto Mestre Cuca da culinária nacional, me pergunto: A Constituição Federal também não garante a todos os cidadãos brasileiros o direito a defesa? Então porque é que eu preciso de advogado para entrar com qualquer petiçãozinha em qualquer juizado de pequenas causas? Não seria o caso de, munido dos códigos civil ou criminal, o próprio Mestre Cuca assegurar sua defesa? Pela argumentação do STF, sim.
Mas acho que o corporativismo dos bacharéis em Direito jamais permitirá a queda do próprio diploma. Dois pesos, duas medidas, senhor Gilmar Mendes!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Consomé

Para abrir nosso blog, uma saudação ao genial magistrado Gilmar Mendes, que compara a profissão de jornalista à culinária. Para tripudiar a categoria que registra a história todos os dias, o gigante do Supremo Tribunal Federal derruba a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão argumentando que não é preciso um canudo de mestre cuca para fazer uma boa refeição.
Claro, genial magistrado, para fazer uma boa comida basta bom senso, uma boa mão e os ingredientes certos. Já para informar as falcatruas do Judiciário brasileiro, por exemplo, é preciso um pouco mais de condimento.