Estudantes e professores de Jornalismo, profissionais de comunicação, parlamentares e várias lideranças preparam, para o dia 24 de novembro, a realização de um grande manifesto público e cívico em defesa do diploma, da ética e da melhor qualificação para o exercício da profissão. Em encontro com estudantes de Jornalismo na Faculdade Pinheiro Guimarães, na semana passada, a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, Suzana Blass, defendeu o restabelecimento da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.
A mobilização que está sendo preparada para o dia 24 de novembro começará às 9 horas, em frente à Reitoria da Universidade Federal da Bahia. "Não é verdade, como defendeu a maioria dos ministros do Supremo, que a exigência do diploma fere o princípio constitucional da liberdade de expressão. Ora, nenhum cidadão tem sua liberdade de expressão cerceada no Brasil. Ao contrário, toda a mídia está com seus espaços escancarados para a livre manifestação de opinião. Aí estão os jornais, com a publicação de cartas, artigos, etc. Aí estão os microfones das emissoras de rádio. Aí estão as emissoras de TV, os blogs", sustenta o jornalista Ipojucã Cabral, diretor da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), uma das entidades que preparam o ato. "O que defendemos, sim, é que, para o exercício cotidiano do Jornalismo, nas redações, como profissão, seja obrigatória a formação superior, o diploma", completa.
Uma das propostas em debate na Bahia é a criação do "Selo Azul", a ser entregue às empresas de comunicação que só contratem, para seus quadros de redação, jornalistas com formação superior em curso de Jornalismo. Isso, enquanto o Congresso não aprovar pelo menos uma das duas PECs que tratam da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo.
"Jornalista se forma com teoria, prática e ética", diz presidente do SindicatoNo encontro com estudantes de Jornalismo na Faculdade Pinheiro Guimarães, a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, Suzana Blass, falou sobre a importância de se restabelecer a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Aberto aos estudantes das demais faculdades, o debate fez parte de um especial sobre a história do diploma para jornalista, que foi produzido pelo programa Boca Livre.
Suzana falou sobre as atividades que a FENAJ e os Sindicatos da categoria desenvolvem em todo o País para sensibilizar a população e a classe política sobre o assunto. No encontro, transmitido pela rádio web da Rede FPG, a presidente do Sindicato disse que a regulamentação da profissão de jornalista não limita o acesso aos meios de comunicação porque quase metade do espaço editorial dos jornais é escrito por pessoas que não são jornalistas, mas que emitem opinião por meio de colunas e artigos assinados.
Na opinião de Suzana, a formação superior é um critério democrático para o acesso à profissão, enquanto a outra opção seria autocrática, ou seja, o dono de um jornal ou TV decidindo quem vai ou não ser jornalista. "A prática profissional, o jornalismo, deve ser exercido por quem se habilita na teoria, além de dispor de técnicas específicas e de uma ética determinada", esclareceu.
ApoioO Conselho Federal de Serviço Social realizou, nos dias 6 a 9 de setembro, em Cuiabá (MT), seu 38º Encontro Nacional, com participação dos Conselhos Regionais de Serviço Social e delegados eleitos em assembleias em todos os Estados. No evento, foi aprovada posição contrária à decisão do STF que extinguiu a exigência do diploma para o exercício do Jornalismo.
Com informações da Associação Bahiana de Imprensa e do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro.