quarta-feira, 10 de novembro de 2010

E a gente reclama do salário

Jornalista russo que perdeu perna em retaliação por reportagem é condenado por calúnia



Um jornalista russo que perdeu uma perna e a voz em uma retaliação por uma reportagem sobre corrupção, foi condenado por calúnia por acusar um político como o autor do atentado. 

Mikhail Bebetov, assim como dezenas de jornalistas russos, foi atacado após escrever uma série de reportagens sobre desvio de verbas na construção de uma estrada próxima ao subúrbio de Moscou, que tem gerado debate no país. 

Em 2007, depois que uma bomba explodiu seu carro, Bebetov, que não se feriu no atentado, afirmou que  Vladimir Strelchenko, prefeito da cidade de Khimki, foi o mandante da tentativa de assassinato. 

Um ano depois, dois homens capturaram o jornalista e o deixaram em um lugar ermo, para que ele morresse de frio. Com resultado da gangrena, Bebetov teve de amputar a perna direita e suas cordas vocais foram afetadas definitivamente, o que fez com que ele perdesse sua voz. 

Os responsáveis pelo rapto do jornalista nunca foram levados a julgamento. Em vez disso, o prefeito de Khimki o processou por calúnia e venceu. 

Bebetov foi condenado a pagar uma multa de US$ 200, mas foi liberado do pagamento por conta de sua situação financeira excepcional. Ele afirmou que irá recorrer, mesmo que não tenha que pagar a indenização, segundo informa o site da Editor and Publisher. 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Frustrante

"A falta de perguntas pelos jornalistas me frustra", afirma Bonner sobre último debate

Programa na TV Globo trará perguntas apenas de eleitores indecisos

No último debate das eleições 2010, o jornalista e apresentador William Bonner esclareceu, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, algumas regras para o programa da TV Globo desta noite, após Passione. A principal, segundo ele: as perguntas serão feitas apenas por eleitores indecisos.

— As questões serão formuladas por eleitores, isso dá uma certa dramaticidade para o debate. A falta de perguntas pelos jornalistas me frustra (como profissional) — afirmou Bonner.

Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) vão para uma arena sem poder fazer perguntas um para o outro. As regras estabelecidas pela emissora preveem que apenas os convidados — todos selecionados pelo Ibope em diferentes Estados do país — farão questionamentos.

— Os indecisos formularam perguntas e as melhores, jornalísticamente interessantes, foram selecionadas. Estes vão participar do programa: teremos 80 indecisos selecionados e, destes, 12 vão fazer perguntas — explicou Bonner.

— Os candidatos terão uma tela e vão tocando em quadradinhos. Eles selecionam o indeciso e o eleitor fará a pergunta. Assim, o candidato 1 responde, o candidato 2 tem direito a réplica em cima da resposta dada, e o 1 terá um momento de tréplica — resume o apresentador.

O cenário do debate será uma arena, que facilitará a movimentação dos candidatos durante as respostas. Os eleitores indecisos estarão sentados em volta. O sistema foi usado em 2006 — quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin (PSDB) disputaram o segundo turno — e deixa os candidatos mais expostos.

Cada concorrente poderá ser acompanhado por até 11 assessores, sendo que apenas três deles terão acesso ao candidato no estúdio durante o programa. Além disso, cada um poderá convidar até 32 pessoas para a plateia. Ao término, os candidatos darão uma coletiva de cinco minutos na sala da imprensa. A ordem das entrevistas foi determinada por sorteio. Serra será o primeiro a falar com a imprensa, seguido de Dilma.

O último embate será transmitido pela Rádio Gaúcha. Da Central Globo de Produção, no Rio de Janeiro, os jornalistas André Machado e Felipe Chemale entrarão ao vivo durante a programação.
ZEROHORA.COM

Jornalista de GO que se demitiu ao vivo apresenta gravações que comprovam censura

Gravações apresentadas ao Ministério Público pelo jornalista Paulo Beringhs comprovam que ele foi censurado pelos diretores da TV Brasil Central, administrada pelo governo de Goiás. 

Na semana passada, o jornalista se demitiu, ao vivo, durante a apresentação de seu programa e informou aos telespectadores que fora proibido de entrevistar Marconi Peillo (PSDB0, candidato ao governo do estado que disputa a eleição com Íris Rezende (PMDB), apoiada pelo atual governador, Alcides Rodrigues, e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Há poucos instantes do programa do jornalista ir ao ar, Beringhs foi informado de que deveria cancelar a entrevista com Perillo, marcada para o dia seguinte. O apresentador contra-argumentou dizendo que Íris também tinha sido convidado, mas não compareceu por razões de incompatibilidade de agenda. Então, a entrevista com o candidato oposicionista teria sido cancelada por ordem da chefia da emissora. 

Antes de se demitir, Beringhs teve duas reuniões com representantes da TV. Na primeira, estiveram presentes assessores do presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), Marcus Vinícius Faria Felipe, e o diretor comercial da empresa de Beringhs, Luiz Fernando Dibe. Nesse momento, os funcionários da Agecom disseram ao jornalista que a entrevista com Perillo não iria ao ar. 

Segundo informa o site da revista Veja, caso o jornalista descumprisse a determinação, a TV Brasil Central simplesmente não iria veicular a entrevista. 

"Sugeriram que eu tirasse alguns dias de descanso, colocasse programas antigos no ar sobre música e amenidades. A linha deles é claramente tendenciosa a favor de Iris", declarou Beringhs. O jornalista disse, ainda, que depois do incidente a emissora teria ameaçado colocar pessoas de "confiança" na redação para acompanhar a rotina e autorizar entrevistas. 

Um dos orientadores de pauta seria o jornalista Eduardo Horácio, da Rádio 730, segundo Beringhs. 

Já na segunda reunião, ocorrida na casa do jornalista e gravada por ele, contou com a presença de seu colega de bancada na apresentação do programa, Cléber Ferreira, Luiz Fernando Dibe e Reginaldo Alves da Nóbrega Júnior, diretor administrativo da empresa de Beringhs, que presta serviço à TV Brasil Central.

Cléber Ferreira alertou o jornalista sobre as intenções dos diretores da TV. "Eu acho que a determinação é para te tirar do ar. Ou então para chegar e falar para você: "Não, agora vai ser assim", disse Ferreira na conversa gravada. No entanto, no dia em que Beringhs revelou a tentativa de censura, Ferreira negou, no ar, que estivesse a par do acontecido.    


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Depois da armação da bolhinha de papel, mais por vir


A filósofa Marilena Chaui denunciou nesta segunda-feira (25) uma possível articulação para tentar relacionar o PT e a candidatura de Dilma Rousseff à violência. De acordo com ela, alguns partidários discutiram no final de semana uma tática para usar a força durante o comício que o candidato José Serra (PSDB) fará no dia 29.

Segundo Chaui, pessoas com camisetas do PT entrariam no comício e começariam uma confusão. As cenas seriam usadas sem que a campanha petista pudesse responder a tempo hábil. “Dia 29, nós vamos acertar tudo, está tudo programado”, disse a filósofa sobre a conversa. Para exemplificar o caso, ela disse que se trata de um novo caso Abílio Diniz. Em 1989, o sequestro do empresário foi usado para culpar o PT e o desmentido só ocorreu após a eleição de Fernando Collor de Melo.

A denúncia foi feita  durante encontro de intelectuais e pessoas ligadas à Cultura, estudantes e professores universitários e políticos, na USP, em São Paulo.  “Não vai dar tempo de explicar que não fomos nós. Por isso, espalhem.”

Ela também criticou a campanha de Serra nestas eleições. “A campanha tucana passou do deboche para a obscenidade e recrutou o que há de mais reacionário, tanto na direita quanto nas religiões.”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A censura se espalha no país

Pelo menos mais três Estados se preparam para criar conselhos de comunicação com o objetivo de monitorar a mídia, a exemplo do que já ocorre no Ceará. O governo de Alagoas, do PSDB, estuda transformar um conselho consultivo em deliberativo, com poder semelhante ao do cearense. No Piauí, um grupo de trabalho propôs a criação de órgão para, entre outras coisas, vigiar o cumprimento das regras de radiodifusão.
Na Bahia, o conselho pretende ser vinculado à Secretaria de Comunicação.


ISSO É CENSURA,  É INCONSTITUCIONAL.


ONDE FOI PARAR A LIBERDADE DE EXPRESSÃO???

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Finalistas Prêmio Esso 2010

               22/10/10      

Prêmio Esso de Jornalismo 2010
aponta os trabalhos finalistas

Vencedores serão conhecidos no dia 18 de novembro em cerimônia de premiação
Com o recorde de 1.215 trabalhos inscritos em 2010, o Prêmio Esso de Jornalismo revela os 38 finalistas deste ano, divididos em 11 categorias de mídia impressa e uma modalidade de telejornalismo. Os vencedores desta 55ª edição serão conhecidos no próximo dia 18 de novembro, durante Cerimônia de Premiação a ser realizada no Hotel Copacabana Palace, no Rio.
Ao todo, 19 jornalistas, alguns dos quais integrantes de equipes dos maiores jornais brasileiros, examinaram durante cerca de 30 dias um total de 1.128 trabalhos de mídia impressa, entre reportagens, fotografias, primeiras páginas e criações gráficas, para concluir pela indicação de 35 trabalhos finalistas. Outros cinco jurados que integraram as duas comissões de mídia eletrônica indicaram, dentre 87 trabalhos inscritos, os três finalistas ao Prêmio Esso de Telejornalismo, que chega à 10ª edição consecutiva.
As comissões de seleção do Prêmio Esso de Jornalismo 2010 se reuniram nos dias 19, 20 e 21 de outubro, no hotel Miramar, situado em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro.
A escolha final dos vencedores de cada uma das categorias de mídia impressa caberá a uma Comissão de Premiação a ser especialmente constituída para esse fim. A designação do vencedor do Prêmio Esso de Telejornalismo competirá à mesma comissão de julgamento que apontou os trabalhos finalistas.
A foto vencedora do Prêmio Esso de Fotografia será escolhida via Internet por uma Comissão Especial de 50 jurados que votarão em um dos cinco trabalhos selecionados e adiante indicados.
Como em anos anteriores, todos os trabalhos de texto inscritos foram digitalizados e disponibilizados aos jurados através de site na Internet para exame preliminar, 40 dias antes do julgamento. O serviço de digitalização de mais de 10 mil páginas e a criação do site foi executado pela empresa DocPro.
Em 55 anos de existência, estima-se que mais de 28 mil trabalhos tenham sido submetidos a julgamento no âmbito do Prêmio Esso de Jornalismo, consolidando a sua condição de mais importante, tradicional e disputada premiação da imprensa brasileira.
MELHORES DE 2010
Para selecionar os trabalhos finalistas, as comissões examinaram 522 reportagens, séries de reportagens ou artigos; 168 trabalhos fotográficos; 177 trabalhos de criação gráfica em jornal, 91 trabalhos de criação gráfica em revista e 168 primeiras páginas de jornal, além de 87 trabalhos de telejornalismo e 02 inscrições ao Prêmio de Melhor Contribuição à Imprensa, totalizando 1.215 inscrições.
É a seguinte a relação dos trabalhos finalistas considerados os melhores de 2010, divididos por categoria a que concorrem, segundo a ordem de inscrição:
1 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE REPORTAGEM
Renata Cafardo e Sérgio Pompeu,com o trabalho PROVA VAZA E MEC DECIDE CANCELAR ENEM, publicado no jornal O ESTADO DE S. PAULO.
Leonardo Souza, com o trabalho DOSSIÊ TRAZ DADOS SIGILOSOS DA RECEITA CONTRA TUCANOS publicado na FOLHA DE S. PAULO
Katia Brembatti, Karlos Kohlbach, James Alberti e Gabriel Tabatcheik, com o trabalho DIÁRIOS SECRETOS, publicado na GAZETA DO POVO (Curitiba)
2 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE FOTOGRAFIA
Iano Andrade, com o trabalho O CAMINHO DE DUNGA publicado no CORREIO BRAZILIENSE.
Monique Renne, com o trabalho PRAÇA DE GUERRA NO BURITI, publicado no CORREIO BRAZILIENSE.
Alexandre Vieira, com o trabalho FAROESTE CARIOCA, publicado no jornal O DIA.
Jessé Giotti, com o trabalho EMOÇÃO RUMO AO HAITI, publicado no jornal A NOTÍCIA (Joinville).
André Teixeira, com o trabalho DOR E FRUSTRAÇÃO, publicado no jornal O GLOBO.
3 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE INFORMAÇÃO ECONÔMICA
Cristiano Romero e Alex Ribeiro, com o trabalho OS BASTIDORES DA CRISE, publicado no VALOR ECONÔMICO.
Leonardo Souza, com o trabalho SEM CAIXA, GOVERNO SEGURA RESTITUIÇÕES, publicado na FOLHA DE S. PAULO.
Marcos Todeschini e Alexa Salomão, com o trabalho UM MERGULHO NA NOVA CLASSE MÉDIA, publicado na revista ÉPOCA NEGÓCIOS.
4 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA E ECOLÓGICA
João Moreira Salles, com o trabalho ARTUR TEM UM PROBLEMA, publicado na revista PIAUÍ.
Herton Escobar, com o trabalho CERRADO: DEVASTAÇÃO AVANÇA SOBRE A SAVANA BRASILEIRA, publicado no jornal O ESTADO DE S.PAULO.
Flávia Junqueira, com o trabalho A VINGANÇA DO SARAPUÍ, publicado no jornal EXTRA.
5- FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE PRIMEIRA PÁGINA
Bárbara Carvalho, Fabrício Cardoso, Edgar Gonçalves Jr., Denis Pacher, José Werner e Patrick Rodrigues, com o trabalho AINDA SOMOS O ÚNICO PENTA, publicado no JORNAL DE SANTA CATARINA (Blumenau).
Sérgio Costa e Daniela Fontinele Botelho, com o trabalho S.O.S, publicado no jornal CORREIO*.
André Hippertt, Alexandre Freeland, Ana Miguez e Leslie Leitão, com o trabalho FAROESTE CARIOCA, publicado no jornal O DIA.
6 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE CRIAÇÃO GRÁFICA - JORNAL
Gil Dicelli, com o trabalho TRILOGIA INQUISIÇÃO - NO RASTRO DOS AMALDIÇOADOS, publicado no jornal O POVO (Fortaleza).
Tcha-Tcho, Eduardo Asta e Fábio Sales, com o trabalho CRONOLOGIA VISUAL DA COPA 2010, publicado no jornal O ESTADO DE S.PAULO.
Andréa Miranda Aguiar e Pedro Melo Heudes Régis, com o trabalho QUASE BRANCOS, QUASE NEGROS; UM PÉ NO SALÃO, OUTRO NA SENZALA, publicado no JORNAL DO COMMERCIO (Recife).
7 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE CRIAÇÃO GRÁFICA - REVISTA
Elottim Barros, Ricardo Calil, Lino Bocchini, Alex Cassalho, Camila Fudisako, Thiago Bolotta, Caio Ferretti e Fujocka, com o trabalho EDIÇÃO ESPECIAL MORTE, publicado na revista TRIP.
Gabriel Gianordoli, Leandro Narloch, Alexandre Versignassi e Sattu, com o trabalho 19 MITOS QUE VOCÊ APRENDEU SOBRE O BRASIL, publicado na revista SUPERINTERESSANTE.
Mirian Bertoldi, Leonardo Megna, Oliver Quinto e Daniela Yaroslovsky, com o trabalho OLHAR DO FUTURO, publicado na revista MARIE CLAIRE.
8 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO REGIONAL NORTE/ NORDESTE
Fred Figueiroa e Juliana Colares, com o trabalho O CAMINHO SEM VOLTA, publicado no DIÁRIO DE PERNAMBUCO.
Ana Cláudia Dolores, Ana Paula Neiva, Marcionila Teixeira e Wagner Oliveira Colares, com o trabalho CASO JENNIFER, publicado no DIÁRIO DE PERNAMBUCO.
Demitri Túlio, Claúdio Ribeiro, Fátima Sudário e Ana Mary Cavalcante, com o trabalho INQUISIÇÃO - NO RASTRO DOS AMALDIÇOADOS, publicado no jornal O POVO (Fortaleza).
9 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO REGIONAL CENTRO-OESTE
Ary Filgueira, com o trabalho MISTÉRIO EM LUZIÂNIA, publicado no CORREIO BRAZILIENSE.
Thiago Herdy, com o trabalho NOS PASSOS DE JEAN, publicado no ESTADO DE MINAS.
Thiago Herdy, Alessandra Melo e Amanda Almeida, com o trabalho NOTAS FRIAS, publicado no ESTADO DE MINAS.
            10 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO REGIONAL SUL
Carlos Etchichury e Juliana Bublitz, com o trabalho CORRUPÇÃO NAS CADEIAS, publicado no jornal ZERO HORA.
Diogo Vargas e Guto Kuerten, com o trabalho TORTURA EM DOMICÍLIO, publicado no DIÁRIO CATARINENSE (Florianópolis).
Simone Kafruni, com o trabalho O CAMPO ENVELHECE, publicado no DIÁRIO CATARINENSE (Florianópolis)
          11 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO REGIONAL   SUDESTE
Chico Otávio e Cássio Bruno, com o trabalho LIGAÇÕES PERIGOSAS publicado no jornal O GLOBO.
Antônio Werneck, Ruben Berta e Sérgio Ramalho, com o trabalho O X DA QUESTÃO, publicado no jornal O GLOBO.
Letícia Vieira, com o trabalho A ESCOLA COMO ELA É, publicado no jornal EXTRA.
12 - FINALISTAS AO PRÊMIO ESSO DE TELEJORNALISMO
Mariana Pinto, Tatiana Brasil e Célio Galvão, com o trabalho PRESÍDIOS: SOBREVIVENDO NO INFERNO, exibido na TV RECORD.
Roberto Cabrini, Luciana Del Claro, José Dacauaziliquá, Bruna Estivalet, Márcio Ronald e Lula Andrade, com o trabalho SEXO, INTRIGRAS E PODER, exibido no SBT.
Marina Machado, Luis Evangelista, Gisela Bello e Carlos Rodrigues, com o trabalho MULHERES - REFÉNS DO MEDO, exibido na TV BANDEIRANTES.
13- MELHOR CONTRIBUIÇÃO À IMPRENSA
Além da indicação dos trabalhos finalistas, a Comissão de Seleção que julgou os trabalhos da mídia impressa concedeu o diploma de "Melhor Contribuição à Imprensa em 2010" ao livro "Os Novos Escribas", de Solano Nascimento, que faz uma detalhada análise de modalidades classificadas pelo autor como "jornalismo investigativo" e "jornalismo sobre investigações". Com uma análise quantitativa e qualitativa de reportagens, a obra mostra que, no final da década de 1980, 75% das matérias exclusivas com denúncias eram resultado da investigação do próprio repórter. Duas décadas depois, 70% dessas matérias têm como base investigações oficiais feitas por policiais, procuradores e outros agentes a serviço do Estado.
NOMES E PRÊMIOS
A Comissão de Seleção do PRÊMIO ESSO DE JORNALISMO 2010 foi constituída pelos seguintes jornalistas:
Beth Cataldo; Deca Soares (Zero Hora); Décio Navarro; Elaine Gaglianone (O Dia); Erick Guimarães (O Povo); Fábio Gusmão (Extra); Giancarlo Baraúna (Diário Catarinense); Helena Celestino (O Globo); João Bosco Sales (Estado de Minas); José Roberto Nassar; Maria Luiza Borges (Jornal do Commercio); Maristela Crispim (Diário do Nordeste); Marleth Rejane da Silva (Gazeta do Povo); Paula Losada (Diário de Pernambuco); Rogério Gentile (Folha de S.Paulo); Rogério Reis (Agência Tyba); Rui Nogueira
(O Estado de S.Paulo); Sérgio Léo (Valor Econômico); e Vicente Nunes (Correio Braziliense).

A Comissão de Pré-Seleção do PRÊMIO ESSO DE TELEJORNALISMO foi constituída pelos jornalistas e professores universitários Ana Costabile, Ana Gregati e Katy Navarro.
A Comissão de Seleção do PRÊMIO ESSO DE TELEJORNALISMO foi constituída pelos jornalistas Ana Gregati, Antonio Brasil e Denise Barreto.
O Prêmio Esso de Jornalismo, em sua 55ª edição, destina este ano aos vencedores um total de R$ 107 mil, já deduzidos os impostos. Além do prêmio principal, que leva o nome do programa, fixado em R$ 30 mil, e do Prêmio de Telejornalismo, estabelecido em R$ 20 mil, serão distribuídos R$ 10 mil para as categorias de Reportagem e Fotografia, R$ 5 mil para cada uma das categorias de Criação Gráfica - Jornal, Criação Gráfica - Revista, Informação Econômica, Informação Científica/Tecnológica/Ecológica, Prêmio Esso de Primeira Página e R$ 3 mil para cada um dos quatro prêmios regionais.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Cansei…Basta”!

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar, carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte.

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia.

Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares.

O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega…

Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro a juro baixo, todo mundo tem carro, até a minha empregada. ” É uma vergonha! “, como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em S.Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro.

Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz.

Vergonha, vergonha, vergonha…

Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou “empreendedor” no Nordeste. Pode?

Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo, SBT, Band, RedeTV, CNT, Fôlha SP, Estadão, etc.). A coitada da “Veja” passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o fim do mundo.

Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito… Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa raça.

Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Diga aí, seu Lula…

Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria. E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no Exterior. É o fim…” 
Cansei de ouvir que a nossa dívida com o FMI foi paga no atual governo e que já fazemos empréstimos para outros países.
Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e aproveitar a inflação. Investir em ações de Estatais quase de graça e vender com altos lucros. Chega dessa baboseira politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco… Quem pode, pode, quem não pode, se sacode. Tenho culpa se meu pai era mais esperto que os outros para ganhar dinheiro comprando ações de Estatais quase de graça? Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior.

Quero os 500 anos de oligarquia autoritária, corrupta e escravizante de volta. Quero também os Arminios Fragas&outros pulhas, que transformaram a Vale e a Embratel em meros ativos para vender a preço de banana para os “amigos do rei”. Quero de volta a quadrilha do FHC, escondendo escândalos, maracutaias e compra de votos no Congresso. Onde já se viu: nesta terra sem lei chamada Brasil, só a direita corrupta tem o direito de roubar, o resto tem que trabalhar duro, com salário de fome para que os tubarões, empresários e banqueiros, comprarem seus jatinhos e iates além de mandarem dinheiro para paraísos fiscais. Quero o Serra&quadrilha fazendo pelo país o que fez com os funcionários públicos, professores, médicos e policiais do estado de São Paulo passarem 14 anos a míngua. Tem que arrebentar essa pobralhada.

Eu ia anular, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra. Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido. Quero minha felicidade de volta.”

(Procurei, mas não achei referência à autoria)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Brasil que para nas eleições

PEC do diploma ficou para depois do segundo turno

Adiamento é em função do baixo quórum de parlamentares, envolvidos com as eleições
O Senado Federal decidiu adiar para depois do segundo turno das eleições a votação das propostas de emenda constitucional. O motivo seria a falta de quórum parlamentar. Assim, a PEC 33/09, que prevê a retomada da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, é adiada pela terceira vez. De autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), a proposta seria submetida ao plenário junto com outros 68 projetos.

A agência Senado informou que os senadores chegaram a levantar a possibilidade de se fazer um rodízio para que haja quórum e promover votações a cada semana, mas nada foi definido até o momento da produção desta notícia.

Segundo turno: hora de comparar

Para quem ainda tem alguma dúvida, segue um endereço bastante útil, com várias bases de comparação entre os governos FHC e Lula. Lembrando sempre que Dilma é continuidade de Lula, de quem foi ministra. E que Serra, mesmo querendo descolar sua imagem de FHC, é tucano e foi ministro de Fernando Henrique.
Clique, compare e vote consciente.
abs
Mestre Cuca

CLIQUE AQUI E COMPARE!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Diploma no Senado

PEC do diploma entra na pauta de votação do Senado

Proposta pode ser apreciada nesta quarta-feira, 6
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do diploma, que restabelece a obrigatoriedade de graduação específica em Jornalismo para o exercício da profissão, pode ser votada nesta quarta-feira, 6, no Senado. Depois de ter a votação adiada duas vezes durante o recesso parlamentar e por falta de quórum, a PEC 33/09, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), deve ser submetida ao plenário em primeiro turno junto com outras duas PECs, conforme divulgado pela agência Senado. Ao todo, os parlamentares pretendem avaliar 69 propostas.

Apesar de a essência da proposta ter sido preservada, a PEC sofreu modificações em seu texto por parte de seu relator, o senador Inácio Arruda (PC do B-CE), que defende que a regulamentação do exercício do Jornalismo e a forma de atuação dos colaboradores devem ser feitas por meio de dispositivo legal específico. Em outra mudança do texto original, a PEC sublinha que "a exigência de diploma é facultativa aos jornalistas provisionados que já tenham obtido registro profissional regular perante o órgão competente".

Dirigentes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) estão em Brasília para acompanhar a votação. Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, José Nunes, era esperado pela categoria que a proposta fosse à votação tão logo os trabalhos no Senado fosse retomados. “Estamos confiantes na aprovação e entendemos que essa eleição foi uma vitória, uma vez que o autor da PEC foi reeleito e poderá trabalhar na consolidação da proposta”, disse Nunes a Coletiva.net. Sendo aprovada no Senado, a PEC vai à votação na Câmara.
Informações coletiva.net

Estelionato Eleitoral

Para os 1,3 milhão de eleitores que foram enganados achando que estavam fazendo voto de protesto, fica a dica: o Tiririca nada mais é do que um estelionato eleitoral cometido pela terceira vez consecutiva por partidos como PRONA e PL, que se uniram para criar o PR.
A primeira vez com Enéas, que ganhou milhares de votos e levou deputados falcatruas junto, ainda na era PRONA. Depois da fusão com PL e formação do PR, foi articulado o segundo estelionato eleitoral com o Clodovil, também bem-sucedido como puxavotos.
Agora é a vez do pobre do Tiririca, que foi usado por essa catrefa. Pela votação do palhaço, vai levar mais três falcatruas pro Congresso.
Sem esquecer de outras tentativas, como Maguila e mulher "nãoseiquefruta", que não emplacaram.
Devia existir uma forma de impedir essa galhofa nos tribunais eleitorais, mas se povo fosse um pouquinho mais bem informado, não dava 1,3 milhão de votos para colaborar com a sacanagem.

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço!

RECLAMAR DE CENSURA ACHO JUSTO, MAS CENSURAR TAMBÉM, COMO ASSIM FOLHA DE SP????






Folha de São Paulo censura site que satirizava jornal


A Folha de S.Paulo conseguiu na Justiça retirar do ar o site de humor Falha de S.Paulo, que fazia sátiras ao tipo de reportagem publicada pelo jornal. Caso a página fosse mantida, os autores estariam sujeitos a multa diária de R$ 1.000, de acordo com a decisão do juiz da 29ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo. No processo, a empresa diz que o motivo da ação é o uso indevido da marca, já que os nomes são parecidos, mas, para os donos do site, trata-se de censura.

O jornalista Lino Ito Bocchini, que criou a página com o irmão, Mario, diz que a ideia surgiu da indignação pela postura da Folha, que “se diz imparcial, mas age assim”. Isso se intensificou durante o período eleitoral.

– Ao contrário do Estadão, que assumiu seu apoio a um candidato [José Serra, do PSDB], a Folha fica posando de imparcial, mas teve, sim, um candidato. Então resolvemos fazer uma crítica leve, bem-humorada. Em vez de agredir o jornal, decidimos fazer paródia.

O site tinha, por exemplo, um “gerador de manchetes”, em que o internauta conseguia montar a capa de seu jornal. De acordo com Bocchini, no dia da estreia, há cerca de três semanas, o site recebeu 3.000 acessos. Depois, dificilmente passava de mil. Por isso, ele considera que a reação foi “desproporcional com dois caras que estão fazendo uma brincadeira, uma paródia”.

– O que nos deixou um pouco chocados é que foi algo sem aviso, sem notificação anterior. Só ficamos sabendo quando um oficial de Justiça bateu na porta da casa do meu irmão.

Na decisão, que é liminar (provisória), o juiz diz que esta foi tomada “não pela sátira, que não é vedada, mas pelo fato da utilização de marca extremamente semelhante ao da autora [do processo]”.  Bocchini diz que ainda não decidiu se vai recorrer no processo, mas que “há interesse em fazer esse enfrentamento”.

– O site só volta para o ar se houver uma decisão judicial, já que eu não tenho R$ 1 mil por dia para pagar, então não posso correr esse risco. Mas o caso pode ser didático para outros blogueiros, mesmo que demore um ano para terminar. É um caso emblemático e outros blogueiros podem usá-lo para se ancorar, para ter liberdade. 

Em nota, a Folha diz que “decidiu entrar com a liminar para evitar o uso indevido de sua marca”.

–  O pedido deixa claro que o jornal não se opõe à sátira ou a críticas feitas pelo site, mas sim ao uso de logo praticamente idêntico ao seu e à reprodução de seu conteúdo editorial.



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Conheça quem defende a ficha suja!

- Ministo Dias Toffoli = CONTRA O FICHA LIMPA
- O Genial Magistrado Gilmar Mendes (o mesmo do fim do diploma) = CONTRA O FICHA LIMPA
- Marco Aurélio Mello = CONTRA O FICHA LIMPA
- Celso de Mello = CONTRA O FICHA LIMPA
- Presidente do STF Cezar Peluso = CONTRA O FICHA LIMPA

O que esperar de uma suprema corte composta por estes membros???

O STF, de novo!


Empate para julgar ficha limpa??? Só podia vir do STF, um tribunal "criterioso", que já derrubou o diploma de jornalista, e agora ameaça as eleições, encobrindo corruptos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) pode retomar na próxima segunda-feira (27) as discussões em torno da Lei da Ficha Limpa. Nesta sexta-feira (24), o julgamento sobre a validade da lei foi concluído com um empate de 5 a 5. Diante do impasse, os ministros do STF decidiram suspender o julgamento e marcar para as 14h de segunda-feira uma sessão extraordinária. Apesar de tratar de outro processo, qualquer ministro, segundo a assessoria do STF, pode pedir, durante a sessão, um aparte ou questão de ordem para tratar da Lei da Ficha Limpa.
Segundo o regimento interno da Corte, o presidente do STF, Cezar Peluso, tem a prerrogativa de desempatar o placar, porém, ele prefeiru não utilizar o voto de desempate. "Meu voto não vale mais que o de qualquer dos outros ministros, Se valesse, cinco não teriam discordado", afirmou Peluso.
Restaram então duas opções: espera da nomeação de um novo ministro para a Corte ou pela manutenção da decisão da Justiça Eleitoral.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A Saga do Jornal Já

Desculpa para calar a opinião
Por Luiz Cláudio Cunha em 22/9/2010


Eu não frequento clubes que me aceitem como sócio. (Groucho Marx, 1890-1977, comediante, EUA)
O respeitado Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, que reúne duas dezenas dos mais importantes colunistas e blogueiros do Estado, tomou uma grave decisão na semana passada. Por escassa maioria, numa reunião virtual feita pela internet, o Clube de Opinião decidiu "não opinar" sobre o inclemente processo que a família do ex-governador gaúcho Germano Rigotto move contra um pequeno jornal de Porto Alegre, o .
A ação judicial, que completa dez anos, está matando financeiramente o jornal de cinco mil exemplares editado há 25 anos pelo jornalista Elmar Bones, que em agosto passado teve suas contas pessoais bloqueadas pelos advogados dos Rigotto. A valente opção não opinativa do Clube de Opinião teve uma bela desculpa: "evitar qualquer conotação política-eleitoral" antes do pleito de 3 de outubro, já que Germano Rigotto é candidato ao Senado pelo PMDB gaúcho. Num sereno, mas contundente editorial publicado no domingo (19) no site do jornal e reproduzido neste OI, Elmar Bones respondeu, batendo no osso da questão:
"Pode ser uma maneira cômoda de contornar uma situação espinhosa, mas essa interpretação não encontra base nos fatos e contraria a lógica da democracia. O processo eleitoral, que exige verdade e cobra opinião do eleitor, não pode ser usado como pretexto para a omissão, o silêncio e a desinformação".Bones, que como Groucho não é sócio do clube, poderia usar o raciocínio que o comediante Marx usava para definir "inteligência militar": "Clube de Opinião sem opinião é uma contradição em termos". A infeliz decisão da entidade gaúcha carteliza e uniformiza, por baixo, o que deveria ser livre e múltiplo: o pensamento. É o fundo do poço de uma incômoda questão que constrange, envergonha e deprime a imprensa do Rio Grande do Sul, um celeiro de bravos profissionais que iluminaram o jornalismo brasileiro nos momentos mais duros de sua história, quando era necessária muita opinião, muita coragem, muita resistência. Elmar Bones é um sobrevivente daqueles tempos, quando então comandava o CooJornal, uma das legendas da valente imprensa nanica que afrontava os generais da ditadura de 1964.

A omissão
A candente questão que o clube gaúcho tangencia é que o  não está sendo punido por sua opinião, mas pela embaraçosa informação que publicou em 2001: o envolvimento de Lindomar Rigotto numa licitação fraudulenta na CEEE, a estatal de energia elétrica. Enxertado na diretoria financeira pelo irmão Germano, então o poderoso líder do governo do PMDB na Assembléia Legislativa, o mano Lindomar fez uma mistureba financeira tão grande que acabou sendo o personagem central de um CPI que indiciou ele, outras onze pessoas e onze empresas. O cabeça da quadrilha, que montou a operação na CEEE, era o irmão menos famoso de Rigotto, segundo o relatório final da CPI: "De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto", escreveu corajosamente o relator e deputado Pepe Vargas (PT), apesar de ser primo de Lindomar e Germano.
Essa era a reportagem de capa que o JÁ publicou há dez anos, sob o título "Caso Rigotto – um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas". Não tinha nada de opinião. Era pura informação, matéria prima do bom jornalismo, baseado em peças do Ministério Público e nos autos da CPI, agregando detalhes sobre a vida turbulenta de Lindomar, que acabou assassinado por assaltantes de sua casa noturna, no litoral gaúcho, em 1999. A matéria do jornal arrebatou em 2001 os principais troféus de jornalismo do sul do país – o Esso Regional e o ARI, da Associação Riograndense de Imprensa. E acabou premiada, também, com o processo da família Rigotto.
O Clube de Opinião achou por bem não opinar nada sobre este vergonhoso, continuado ataque ao primado da liberdade de expressão no país. Se levassem a sério seu pretexto para este mutismo – "evitar qualquer conotação político-eleitoral" –, os bravos formadores de opinião do Rio Grande do Sul deveriam se esquivar de gastar tinta e tempo com assuntos constrangedores como a bolsa-família da ex-ministra Erenice Guerra, que empregou a parentada em órgãos públicos e tinha no coração do governo Lula um filho tão empreendedor quanto o irmão de Germano Rigotto. A intermediação de Israel Guerra, conforme a capa da revista Veja da semana passada, arrumou para um empresário aflito um contrato camarada de R$ 84 milhões nas entranhas dos Correios. A lambança de Lindomar Rigotto, segundo a manchete do , lesou os cofres públicos gaúchos, em valores corrigidos, numa soma dez vezes maior: R$ 840 milhões, a maior fraude da história do Rio Grande.

A contradição
Se tivesse o mesmo comportamento caridoso que hoje oferta ao candidato Germano Rigotto, que imagina preservar, o Clube de Opinião deveria se esquivar também de falar sobre os fatos constrangedores que já demitiram quatro funcionários da Casa Civil de Lula e provocam evidentes embaraços na candidata Dilma Rousseff. É um escândalo de forte conotação política, e supostamente eleitoral, tanto quanto a ação que garroteia o jornal de Elmar Bones.
Apesar dessa contradição, nenhum dos bravos sócios do clube deixa de bater na Erenice, criatura criada por Dilma, que agora diz não ter nada a ver com isso: "Eu não posso responder por ela", esquiva-se a petista. Aliás, a mesma desculpa de Rigotto, que alega não ter nada a ver com a perseguição ao : "Eu desconheço o processo contra o . Isso é coisa da minha mãe", fantasia Germano. Dona Julieta Rigotto tem 89 anos.
Um dos mais ferozes membros do Clube de Opinião gaúcho é Políbio Braga, dono do blog mais influente e acessado do sul do país, com quase 100 mil assinantes. Militante estudantil de esquerda no início dos anos 1960 em Santa Catarina, foi diretor da Folha Catarinense, do Partido Comunista, onde era apenas simpatizante, não filiado. Chegou a ser presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), na época em que José Serra presidia a União Nacional dos Estudantes (UNE). Depois do golpe de 1964 foi preso pela ditadura uma dúzia de vezes e, na mais longa delas, cumpriu seis meses de pena no antigo presídio do Ahú, um bairro de Curitiba.
No comando de seu blog, hoje, Políbio é contundente, bem informado e impiedoso, principalmente com tudo que acontece no turbulento entorno da Casa Civil e da candidata petista à presidência da República. Quando Veja explodiu nas bancas no sábado (11/9), Políbio festejou: "Estoura escândalo maior do que o Mensalão no Governo Lula", era a manchete do blog. Sobre o escândalo do irmão de Rigotto, matematicamente dez vezes maior do que o do filho de Erenice, quinze vezes mais estrondoso que a quadrilha dos 40 do mensalão chefiada por José Dirceu, Políbio não ousou escrever uma única linha, muito menos dar sua retumbante opinião. No fim de agosto, o Observatório da Imprensa abordou, pela segunda vez, a saga do e de Elmar Bones, num texto ("Como calar e intimidar a imprensa") que teve larga repercussão na internet – e nenhuma no ágil e abrangente blog de Políbio Braga.

O rabo
Autor desse texto, liguei várias vezes pedindo que Políbio abrisse espaço para o tema Rigotto vs. , confiando no belo lema que seu blog desfralda: "De rabo preso com a notícia". Cansado de minha cobrança, Políbio acabou admitindo:
"Sobre este caso, devo te dizer que adotei uma linha de ‘rabo preso’ com meus amigos, que não são muitos, mas que prezo demais. Um deles é o Rigotto. Ao longo dos últimos 10 anos, tenho conversado com ele a toda hora, temos almoçado juntos, ele é fonte que consulto a todo momento, vou votar nele e também toda a minha família e os amigos que têm razões para fazer isto".Assim, descobri consternado que o Políbio eleitor prevaleceu sobre o Políbio jornalista e o seu festejado blog, além da notícia, tinha o rabo irremediavelmente preso a Germano Rigotto.
É justo esclarecer que Políbio Braga e seus colegas de clube não estão sozinhos neste vasto e silencioso constrangimento. Nenhum grande órgão da imprensa gaúcha se atreveu a mencionar o caso do JÁ e seus escandalosos antecedentes, de forte "conotação político-eleitoral" e um evidente poder letal sobre a boa imagem de Rigotto, que tem um chamativo coração vermelho como símbolo de sua campanha ao Senado.
Na RBS, a maior rede regional de comunicação da América Latina (Zero Hora, o maior do estado, e mais sete jornais, 21 emissoras de TV, 24 de rádio e sete portais de internet), o assunto passa batido pela pauta diária do conglomerado de mídia. Rigotto, sempre que pode, lembra aos amigos que tem uma relação especial de amizade com Nelson Sirotski, o diretor-presidente do grupo. O mesmo acontece no segundo maior grupo do estado, a Record, onde se destacam o Correio do Povo e a rádio Guaíba, hoje sob controle da Igreja Universal.
Na sexta-feira (10/9), aconteceu algo inesperado: o colunista do jornal e âncora da rádio Juremir Machado da Silva abriu corajosamente espaço no seu programa de uma hora, a partir das 13h, para ouvir Elmar Bones ao vivo no estúdio da rádio Guaíba. Juremir foi o primeiro nome importante do jornalismo sulista e a Guaíba o primeiro grande veículo da imprensa gaúcha que conseguiu quebrar o bloqueio de silêncio e abrir espaço para a saga do JÁ. Quando veio o primeiro intervalo do programa, um esbaforido executivo da área comercial irrompeu no estúdio para implorar ao entrevistador e a seu convidado: "Pelo amor de Deus, não misturem esta entrevista com a campanha eleitoral do Rigotto! O homem ‘é assim’ com o nosso presidente!".
O pastor Natal Furucho, o presidente da Record no sul do país, seria mais um chefão da mídia que "é assim" com Germano Rigotto, o que explicaria o estrondoso silêncio midiático que envolve suas desditas.

O sumiço
Na quinta-feira (9/9), um dia antes da inédita entrevista na Guaíba, a história do ressuscitou no jornal O Sul, de Porto AlegreNão era nenhuma ousadia da casa, mas a nota de abertura da coluna de Cláudio Humberto, um profissional que Políbio Braga inveja como um "respeitado e bem informado jornalista" e que é reproduzido em outros 36 jornais do país, além d’O Sul. Furando toda a imprensa gaúcha, o colunista de Brasília informava: "Bomba política explode no colo de Rigotto". Era a notícia de que, após 15 anos sob um inacreditável "segredo de justiça", a juíza Fabiana Zilles, da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública, em Porto Alegre, dera por "concluso" o caso da roubalheira da CEEE. Ou seja, falta agora apenas a sentença da juíza sobre a maior fraude gaúcha, que atinge diretamente o mano esperto que Germano Rigotto plantou na estatal.
A coluna de Cláudio Humberto é publicada simultaneamente nos três jornais do Grupo NH, que domina a rica região do Vale do Rio dos Sinos, em Novo Hamburgo, Canoas e São Leopoldo, no entorno da região metropolitana de Porto Alegre. Apesar disso, estranhamente, a nota daquele dia que brilhava n’O Sul desapareceu num passe de mágica dos jornais do NH. O dono do grupo é Mário Gusmão, um dos dois brasileiros que integra a Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da poderosa Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol). O outro brasileiro é Gustavo Ick, também do jornal NH do mágico Gusmão. A comissão da SIP, como o Clube de Opinião gaúcho, jamais opinou ou sequer colocou em pauta o caso do .
No dia seguinte, na mesma sexta-feira em que Elmar falava na Guaíba, o blog de Políbio Braga no mesmo O Sul replicava com uma manchete forte: "Jogo pesado mira candidatura de Rigotto". Citava a própria nota de véspera de Cláudio Humberto, que ele classificou como "oblíqua", e condenava o "saco de maldades" contra o PMDB supostamente aberto pelo "resgate do caso do jornal JÁ, acionado em juízo pela mãe de Rigotto, ofendida com reportagens sobre o filho morto, Lindomar". E mais não disse. Parecia uma mera travessura de um jornaleco irresponsável, enxovalhando a memória de um jovem desafortunado. Políbio esqueceu de fazer a conexão natural dos fatos que qualquer jornalista com o rabo preso com a notícia, só com a notícia, deveria fazer.

A resposta
O "resgate do caso do " foi engenho e bravura deste Observatório, o primeiro a contar os bastidores da ação dos Rigotto contra Elmar Bones (ver "O jornal que ousou contar a verdade", 24/11/2009, e "Como calar e intimidar a imprensa", 31/8/2010), assinados por este jornalista. O simples, inegável e transparente relato da saga do jornal e de seu editor, premiado pela reportagem e processado pela família do morto, virou "jogo sujo" na estranha interpretação do blogueiro Políbio Braga. Se não tivesse o rabo preso com o seu amigo Rigotto, ele poderia beber na fonte do límpido editorial que Elmar Bones publicou no site do jornal. Ali está claro que o caso do , engavetado desde julho de 2007, foi desarquivado em fevereiro de 2007 não pelo réu Elmar Bones, mas pelos advogados da própria família Rigotto. O saco de maldades, portanto, foi escancarado por quem, agora, teme sua repercussão político-eleitoral.
Definhando financeiramente, o JÁ teve em 2006 a altivez de recusar uma milionária oferta de um partido adversário do então governador Germano Rigotto, que se preparava para tentar a reeleição. A proposta era reimprimir 100 mil exemplares da edição maldita de 2001, contando os deslizes contábeis do irmão de Rigotto na CEEE, e espalhar a bomba pelo Rio Grande do Sul. A digna resposta de Elmar Bones, ao recusar a oferta, só cabe na cabeça de um jornalista que não tem rabo preso: "Nosso jornal não é instrumento político de ninguém", ensinou o editor do , encerrando a conversa.
Os artigos pioneiros do Observatório ecoaram fundo nas redações dos principais jornais gaúchos – Zero Hora, Correio do Povo, Jornal do Comércio, O Sul –, evidência de que os bons repórteres e editores do sul continuam atentos e inquietos, todos eles constrangidos com o silêncio que vem de cima. Em telefonemas e e-mails enviados diretamente a este jornalista, que assina aqueles e este texto, uns e outros se mostram solidários a Bones, conscientes do crime que se comete contra a liberdade de expressão e absolutamente impotentes para executar ou simplesmente sugerir esta pauta obrigatória. "Os textos do Observatório constituem uma paulada em nossas consciências amorfas", me disse um deles, em tom emocionado e sofrido. Apesar de ser de conhecimento público o nome da juíza, o endereço do tribunal e o número do processo do caso da CEEE, nenhum repórter teve a iniciativa de apurar esta história, como mandam as regras elementares do bom jornalismo, amarrado apenas pela busca da verdade e do interesse público.

A fresta
Apesar das dificuldades, aos poucos o espírito guerreiro de Elmar Bones se afirma e se impõe, furando a bolha de silêncio, como aconteceu com o pioneiro Juremir, na Guaíba. O Estado de S.Paulo publicou uma matéria (11/9), enquanto notas esclarecedoras brotam em blogs influentes e solidários, como os de Carlos Brickmann, Cláudio Humberto e Ricardo Noblat. Dias atrás, o blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, abriu espaço para um inédito pingue-pongue com Elmar Bones, de enorme repercussão na internet pela história que parecia novidade, mas que já tem dez anos de agonia e resistência. Inédito, no caso, era a disposição do repórter de ouvir o réu de uma das mais longas ações da justiça contra a liberdade de expressão.
Parece improvável que Germano Rigotto e seus amigos consigam estancar o vazamento crescente de uma epopéia que não pode ser silenciada, não deve ser escondida e não pode ser tolerada. A verdade flui sempre pelas frestas cada vez mais largas de um sistema multimídia que confronta a mentira e desafia o silêncio – e torna caricata a figura anacrônica do "jornalista com rabo preso". Na eleição de 2006, um pequeno instituto de pesquisas de Porto Alegre, o Methodus, desafiou o ridículo ao apostar na vitória do azarão Yeda Crusius contra os favoritos Germano Rigotto e Olívio Dutra. Deu no que deu.
Na semana passada, o Methodus publicou sua segunda pesquisa, encomendada peloCorreio do Povo para a corrida ao Senado no sul. Em relação ao levantamento do mês anterior, Ana Amélia Lemos (PP) subiu 12,4 pontos percentuais, chegando à liderança com 51,8%. Paulo Paim (PT) vinha em segundo, com 47,7%. Germano Rigotto (PMDB) caiu 6,8 pontos percentuais em relação à primeira pesquisa, ficando agora com 40,9%.
Pelo silêncio da grande mídia, não se sabe até que ponto a queda abrupta de Rigotto pode ser atribuída à verdade latejante do  e ao potencial corrosivo do escândalo da CEEE.
O bravo Clube de Opinião também não opinou sobre esta possibilidade.

Reprodução do Observatório da Imprensa

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Se a moda pega...

Apresentadora norueguesa anuncia demissão ao vivo

Pia Beathe Pedersen
Pia Beathe Pedersen trabalhava para a rádio NRK havia 18 meses
Uma apresentadora da rádio pública norueguesa NRK causou surpresa no último sábado ao anunciar ao vivo sua demissão durante um boletim de notícias.
Em vez do tradicional boletim das 08h00, os ouvintes da rádio ouviram Pia Beathe Pedersen, de 43 anos, acusar a direção da NRK de colocar muita pressão sobre seus empregados e anunciar que não leria as notícias do dia porque “nada de importante aconteceu”.
Pedersen disse que estava se demitindo porque queria ser capaz de “comer direito outra vez e respirar outra vez”.
Ela ainda publicou uma longa carta no site da rádio, explicando seus motivos.
“A NRK está abusando de seus empregados. Sou uma empregada que já teve o bastante”, afirmou na mensagem, retirada do ar pouco depois.
Temporários
Ela acusou a rádio de empregar funcionários temporários com contratos curtos e de não respeitar os horários e as condições de trabalho.
“Acredito que o dinossauro deve morrer”, disse ela, referindo-se ao regime administrativo da rádio.
A direção da NRK afirmou que a demissão de Pedersen, que trabalhava na rádio havia 18 meses, foi uma surpresa.
O diretor regional da NRK, Otto Haug, disse ao jornal norueguêsDagbladet que “este é um caso triste”. Ele afirmou que não comentaria mais o caso por ser uma questão pessoal.
A diretora do Sindicato Nacional dos Jornalistas da Noruega, Elin Floberghagen, afirmou que os problemas apontados por Pedersen seriam “amplamente conhecidos”.

Com informações do site BBC